Janguinda Kambwetete Kabwenha “Mestre Cabuenha” lança em Braga, Portugal, livro sobre artes marciais de Angola
O angolano Janguinda Kambwetete Kabwenha “Mestre Cabuenha” residente em Genebra, Suíça, apresenta, em acto de pré-lançamento, no dia 5 de Outubro, em Braga, Portugal, o seu primeiro livro intitulado “Artes Marciais de Angola – Akwa Mawta Clássico da Honra”, por ocasião dos 25 anos da Escola Abadá Capoeira Portugal.
Segundo o autor, o acto de pré-lançamento contará com a presença de praticantes da capoeira oriundos de Angola, Suíça, Portugal, Bélgica e Espanha, além de outro público amante da capoeira.
O livro, com 202 páginas, será oportunamente lançado em Angola e na Suíça, mas após o pré-lançamento em Braga já estará disponível na plataforma online Amazon.
Cabuenha Júlio Janguinda Moniz, de 44 anos, natural de Luanda e praticante de capoeira desde 1998, caracteriza o seu livro como resultado de mais de 20 anos de pesquisa em várias províncias de Angola e pelos temas que trata, considera a obra “uma contribuição significativa para o conhecimento e preservação das artes marciais angolanas e suas profundas conexões ancestrais com práticas como a capoeira e outras artes marciais da diáspora africana”.
Em conversa com o Sector de Imprensa da Missão Permanente de Angola em Genebra, declarou que o livro não explora apenas as tradições marciais, mas também realça a importância de reconhecer o papel do Ministério da Cultura na valorização e promoção dessas práticas como parte do património imaterial de Angola. O reconhecimento oficial dessas artes marciais é crucial para garantir sua preservação, bem como sua transmissão para as futuras gerações, além de fortalecer a identidade cultural angolana.
O livro também destaca a importância do mestre como figura central no processo de transmissão das artes marciais, não apenas como um instrutor técnico, mas sobretudo como um guardião da sabedoria ancestral.
“O mestre é o elo vital entre o passado e o presente, passando adiante valores culturais, espirituais e éticos que moldam o carácter dos praticantes. Ele transmite ensinamentos que vão além da luta física, ensinando respeito, disciplina e o valor da tradição. Além disso, o mestre tem um papel fundamental em promover a colectividade e o sentido de comunidade, criando um ambiente onde a união e o respeito mútuo são incentivados”, explicou.
Num outro enquadramento, o livro explora as artes marciais, em seu contexto tradicional, funcionam como espaços de fortalecimento da união, tolerância, diversidade e paz, integrando pessoas de diferentes idades e origens numa prática comum.
“A colectividade é um alicerce fundamental para essas tradições, onde os praticantes aprendem a apoiar uns aos outros, desenvolvendo o espírito de cooperação e harmonia. A prática marcial não se limita à autodefesa ou ao combate, mas também à construção de uma sociedade mais coesa, onde os princípios de respeito e convivência pacífica prevalecem”, descreve o autor.
De acordo com o autor, o subtítulo “Akwa Mawta” no livro é uma homenagem ao espírito guerreiro e à ancestralidade dos lutadores, verdadeiras armaduras (Mawta em kimbundu), que desbravaram as terras de Angola, inspirando assim o Akwa Mawta Clássico da honra.
“A sabedoria dos mestres ancestrais ressoa, ecoando verdades universais e ensinamentos atemporais”, disse.
SOBRE O AUTOR
O autor de “Artes Marciais de Angola – Akwa Mawta Clássico da Honra” é professor de capoeira, activista social, cultural e artista multifacetado. Cabuenha Júlio Janguinda Moniz pratica capoeira desde 1998. Já coordenou trabalhos da Abadá – Capoeira em diversas províncias do país. Dedica-se com afinco na investigação e divulgação das manifestações culturais angolanas.
É membro da Associação Abadá Projecto R5, que se dedica à promoção sócio-cultural através da capoeira, entre outras valências que lhe caracterizam como um verdadeiro promotor de cultura e arte na diáspora.